terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Quando comprei o meu primeiro carro!

Lá pelo ano 2000, fui colocada numa zona muito isolada, da linda Ilha de S. Miguel, nos Açores. Mais especificamente na Freguesia do Faial da Terra.
Após uma breve visita, para arranjar casa onde passar três anos da minha vida, rapidamente verifiquei que deveria comprar um carro.
Pensei: Bom, vamos lá para mais uma aventura!
1º Tinha carta desde 94, mas nunca tinha conduzido.
2ºAntes de chegar a esta localidade deveria conduzir em estradas com 15% de inclinação e muitos nevoeiros.
3º Carro novo não podia pois a massa era pouca e a experiência nas lides da condução nula.
Então resolvi comprar 10 aulas de condução, aqui no Algarve, pedi ao instrutor para leccionar as mesmas em zona de serra.
Agora, como compraria o carro se vinha de férias para o Continente? Pensei, falei com pessoal amigo e lá surgiu uma ideia. O namorado de uma amiga trabalhava para uma empresa de venda de automóveis. Falei com ele, negociei o que queria e entre que valores. Ficou tudo combinado.
Durante as férias, tocou o telefone e já tá, carrinho de senhora! Qual a cor? A do desespero, Amarelo!Eh!Eh!
Chegou o dia de regressar aos Açores, comprar o carro e conduzi-lo, até aquele fim de mundo!
Agora é que vão ser elas, pensei!
Aterrei em S. Miguel às 8h e 15m, de dia 30 de Agosto , do ano 2000, já estava à minha espera uma amiga, a namorado do vendedor. Cheguei cheia de sono, porque passei toda a noite em viagem. Vamos lá ver agora!
Já na loja, o vendedor falava, mostrava, exemplificava, nem sei o que falou, lembro-me de assinar papeis e dizer que sim a tudo.
Negócio fechado e papeis tratados. A minha amiga diz:- Agora vamos treinar manobras! Olhei para ela, com os olhos esbugalhados e respondi: Ai, meu Deus não vou ser capaz!
Lá fomos, para uma zona onde supostamente não havia trânsito. Sim supostamente!Quando lá chegamos era só ver passar camiões carregados de pedras e areia.
Olhei para ela e disse: - Então, dizias que isto era clamo? Isto já depois do número das malas abertas, para procurar uns sapatos sem salto.
Bom, lá passamos uma boa hora e meia. Quando ela diz: - Agora vamos para a marginal de Ponta Delgada!
Valha-me Deus! Nesse momento já bufava, suava, estava deveras enervada!
Já na marginal, cada paragem na passagem para piões, o carro ia a baixo, choviam "apitadelas".
Como estava na hora do almoço, fomos almoçar, nesse momento, estava desfeita e dizia: - Já não quero mais! Não toco mais nisto hoje.
A minha amiga dizia: Então como é? Tens que ir hoje para o Faial da Terra?
Minha Santa, como vou fazer isto? perguntava-me, se não sei conduzir!
Duas grandes amigas minhas, estavam sempre em contacto e quando se aperceberam que não poderia ir só, telefonaram para outra amiga delas, essa pessoa já a tinha visto, uma vez, durante umas férias, nessa época era apenas uma pessoa conhecida. Hoje é uma amiga com "A" grande, nunca lhe poderei retribuir o que ela fez por mim.
Aqui começa a parte mais dolorosa.
Passei de mão em mão, tipo encomenda, a rapariga que tinha passado o dia comigo, até às 15 horas, tinha que ir embora, ai fiquei com um colega, das minhas queridas amigas Nelinha e Isabel. O bom do Maikel, ele conduziu, colocou ar nos pneus, atestou o carro de gasolina, levou-me a beber café, mostrou-me os sítios bonitos da cidade e falou-me da beleza que Ponta Delgada tinha. A essa hora do dia já não podia mais, chorava, tudo era negro! Só pensava: Maldita vida e ainda falam mal das pessoas que se dedicam ao ensino?Deveriam ter vergonha e respeitarem-nos!
Pelas 20h., foi a última passagem da encomenda, a amiga das minhas amigas, iria levar-me para a sua casa, onde ficaria a dormir.
Pois é! Já devem estar a pensar, até que em fim, esta desgraçada vai ter descanso! Mas enganam-se, a Casa dela ficava a caminho de Vila Franca, localidade situada a uns bons kms de Ponta Delgada.
De noite, nem sabia onde estavam os máximos, ia super devagar. Quando passei na pela terra do Pauleta, até subi um passeio, depois apareceu uma subida, penso que ia em 3ª pois nunca mexi na caixa de velocidades, quis colocar uma 2ª e toma lá, saiu uma 4ª! Já tinha uma fila enorme a trás de mim. O carro começou a morrer, fiz pisca para a direita e encostei. Chorei amargamente. A Cidália, nome da minha bem feitora, já estava preocupada, eu nunca mais aparecia, coitada, voltou a trás para procurar-me. Quando cheguei perto da casa dela estacionei no primeiro sítio que encontrei. Só dizia: Amanhã vendo isto, não quero, não quero! Não sei, não sirvo para isto!
No dia 31, logo pela manhã, parti para o meu destino.
Devem pensar, coitada não chega lá?
Não fui só. A Cidália, foi no seu carro e eu atrás, 2º, 3ª, uma viagem de uma hora, levou 3 horas. A Cidália colocava a mão de fora e mandava passar os carros, lá fui como o caracol. Almocei na Vila da Povoação, Concelho do Faial da Terra, ainda faltavam 17km.
Cheguei, claro que cheguei, graças à existência de pessoas boas, que dão sem esperar receber nada em troca.
Cheguei graças à minha força de vontade, à minha teimosia, à vontade de vencer e não desistir nunca.
Podem deitar-me ao chão, posso pensar que nunca mais vou ser capaz de colocar-me de pé e quando penso que vou desistir! Ai, entra-me uma raiva, uma força de viver e vamos lá, à luta.
Hoje em dia, o meu carro continua comigo, já tá velhote, mas estou muito ligada a ele, tem sido um companheiro, passei nele muitas horas de solidão, a ler e ouvir música. Num mirador, com o nome de Por do Sol, tem uma paisagem linda, recomendo a sua visita a quem viajar à ilha de S. Miguel.

Tudo se consegue com força de vontade.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Ano Novo!

Pois é com a chegada de 2008, também chegou mais uma lei, a proibição de fumar em locais públicos. Concordo, apesar de já não se fumar em muitos sítios mesmo sem essa lei.
Bom, agora é só parar e observar, pessoas a fumar enquanto conduzem e as esplanadas, todas bem postas, com cinzeiros, até agora era raro encontrar, coloridas e animadas, apesar de ser inverno estão sempre com uma considerável afluência.
Pessoalmente adoro um bom cigarrito depois do café, mesmo sabendo que o tabaco mata, comecei a fumar com idade para ter juízo, aos 27 anos, os constrangimentos da vida por vezes provocam estas perdas de bom senso, mas antes isso que medicamentos para as depressões.
Vou passar o ano a reduzir o número de cigarros e como vivo no Algarve irei certamente apanhar uns bons momentos de sol nas esplanadas dos cafés, não admitindo bocas em relação ao fumo, pois cumpro a lei. Os não fumadores terão que respeitar também o outro, por agora a rua ainda é livre.
Uma coisa é certa, o vicio é meu e ninguém, nem nenhuma lei, irá mandar na minha liberdade.
Viva as Esplanadas dos cafés, a vida é bela! EH! EH!

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