sábado, 22 de dezembro de 2007

Volta a casa, sempre no Natal!

Já lá vão uns anos, quando tudo isto aconteceu, vivia na época, na linda Ilha de S. Miguel, numa freguesia, muito isolada, do concelho da Povoação, mais propriamente no Faial da Terra.
Estávamos bem perto do Natal de 2001, tinha pouca experiência ao nível da condução, mas resolvi que deveria ganhar coragem e lançar-me nas aventuras da estrada, levando o meu bogas amarelo até ao aeroporto de Ponta Delgada.
Era Natal, como há muitos anos, o ritual cumpria-se, fazia as malas para o meu regresso a casa, ao reino dos Algarves.
Pois é! Até aqui tudo perfeitamente normal!
Mas tive azar, escolhi o pior dia possível.
As minhas colegas já tinham avisado: - " Susana vai dormir à cidade, olha que o tempo está a piorar e amanhã vai ser mau!
Mas, aqui, a teimosa, nada,já tinha resolvido dormia em casa e iria de madrugada.
Assim foi, lá iniciei a minha viagem, chovia, "ventava" e lá ia eu. Quando comecei a subir a serra que envolve esta freguesia, ai!ai! Uma grande pedra no meio da estrada.
Fogo e agora?
Nada, dei a volta e fui por outra estrada, sendo o caminho mais longo. Não via nada, parecia que atiravam baldes de água para cima do carro, mas toda "foita" lá continuei.
Cheguei à Povoação, pensei: Fixe! Aqui o tempo está melhor e lá segui até às Furnas. Lá, encontrei uma brigada, mandaram-me parar e perguntaram para onde ia. Com um grande sorriso,porque estava feliz, respondi: Vou para o aeroporto! Então os agentes aconselharam-me a seguir pela estrada da Ribeira Grande,estava melhor, no entanto avisaram-me: Se encontrar"quebradas", a estrada com obstáculos para ligar ao 112.
Bom, lá segui viagem mais confiante.
Saindo das Furnas:
Valha-me Deus !O que era aquilo, que estava a ver? Uma enorme árvore atravessada na estrada!
E agora? E agora? Não posso ficar aqui! Não posso! Tenho que apanhar o avião! Quero ir para casa!
Pensei, pensei e resolvi :Ou é a árvore ou é o Natal na casa da mamã.
Sai do carro, deixei-o ligado, debaixo de chuva, vento e agarrei-me à árvore, com toda a força que tinha, nem sei como consegui, desviei um pouco, a árvore, o suficiente para o meu pequeno twingo passar.
Boa! Agora vamos lá ao resto e lá segui aos ssssss até à cidade da Ribeira Grande, pois, a estrada estava cheia de galhos.
Passei pela Ribeira Grande rumo à Cidade de Ponta Delgada e ao aeroporto. Quando lá cheguei o tempo estava bom, a viagem iria ser boa. Estava orgulhosa pois tinha conseguido superar toda aquela loucura.
Mais tarde, quando estava na fila do chekin, as pessoas olhavam-me com cara estranha, comecei a sentir-me incomodada, olhei bem para mim e, ai vi, o que se passava, tinha as minhas calças, pretas, todas cheias de lama.
Fogo! Com o nervoso e o susto que tinha vivido, nunca mais lembrei do meu aspecto. Nas calmas tirei uma toalhita, daquelas refrescantes, de limpar as mãos, e comecei a limpar-me, dizendo ao mesmo tempo: -Estive a tirar uma árvore da estrada!
As pessoas olhavam-me e sorriam. Deviam pensar que estava doida, pois, sou pequenina e na altura não pesava mais de 50 kg.
A verdade é esta: A força de vontade e o desejo de fazer algo mexe montanhas, neste caso uma árvore de grande porte.
Feliz regresso a todos aqueles que vivem longe das suas famílias

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Tempo de Natal!

Pois é mais um ano que está a chegar ao fim!
Neste tempo de Natal fico meia tristonha, independentemente do consumismo doido a que assistimos, da perda dos verdadeiros valores natalícios.
Observo o peditório geral de todo o tipo de associações, que nesta época sai para a rua tentando angariar uns trocos, para ajudar na sua causa, podemos vê-las nos supermercados, nos centros comerciais em lojas grandes, estão por todo o lado. Este Pais, à beira mar plantado, vive da boa vontade,o Estado está-se nas tintas, tem que gastar dinheiro em banquetes, viagens, obras gigantescas, estádios de futebol que depois ficam fechados enfim... Já é tudo perfeitamente normal.
Nestes dias sinto o peso da solidão, faço uma reflexão e sinto que falhei, no que diz respeito à formação da minha própria família. Sim, porque apesar de hoje em dia não se dar muito valor a este ponto, ele é fundamental, teria adorado ser mãe e esposa. Contudo contento-me em repartir todo o carinho que sinto, junto dos meus familiares, criancinhas, com as quais trabalho e que fazem parte da minha vida.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Insólito!

Hoje, estava, como todos os domingos, numa esplanada de um café, a beber a minha bica relaxante, quando vejo passar uma senhora idosa, em passo acelerado. Até aqui tudo normal, salvo que a idosa apenas estava vestida da cintura para cima, o resto da indumentária era apenas umas cuecas, de cor verde. Ficou tudo a olhar e muitas pessoas começaram a rir, não achei piada nenhuma, só pensava que os nossos idosos deveriam ter mais apoio e aqueles que não têm família deveriam ter mais Recursos Sociais que lhes dessem uma ajuda.
Também pensei:- Será que a senhora pensava, que estava vestida adequadamente para praticar caminhada? ela tinha tenis calçados!
Espero chegar a velhinha, com a minha mente bem sã!

A minha rádio