sexta-feira, 30 de março de 2012

A aventura de Primavera

Há muitos, muitos anos, uma princesa, com o nome de Primavera, desejava viajar, sonhava com novas aventuras. O rei não queria deixar ir a sua filhota por esse mundo fora.
Primavera era teimosa, sempre que tinha oportunidade, pedia ao pai para a deixar empreender essa aventura.
Um dia o rei chamou-a e disse-lhe: - Vais casar-te, em breve, com um princepe de outro reino.
 A princesa ficou aflita e respondeu que não se casaria, com alguém que não conhecia e que não amava.
 O rei disse que já estava tudo tratado e ela não tinha opinião, nessa decisão.
 Primavera começou a chorar, foi para o seu quarto e deixou de comer. A rainha preocupada falou com o rei e resolveram deixa-la realizar a viagem dos seus sonhos e no regresso ela se casaria.
 Assim foi feito.
Primavera ficou muito contente, acompanhada por uma pessoa de confiança, dos Reis, iniciou a sua viagem.
Todos os dias descobria coisas novas, o cheiro e a cor do mar, fascinavam-na, adorava o por do sol, sentia-se feliz e desejava que aquela viagem não tivesse fim.
Cinco dias após o inicio da viagem, um grande temporal assolou o navio, ventos muito fortes, ondas altíssimas, assustaram a princesa. Repentinamente uma vaga cobriu todo o navio e o pior aconteceu! Tudo saiu dos seus lugares, as pessoas gritavam, todos tentaram colocar-se a salvo, mas tudo foi em vão.
 Primavera pensava, é o fim! E, o navio naufragou.
Quando Primavera abriu os olhos, estava numa praia, doía-lhe o corpo todo, tinha muito frio, estava fraca e faminta, tentou levantar-se mas desmaiou.
 Ao acordar, estava deitada numa linda cama, num quarto amplo e cheio de luz.
 Pensou: - Onde será que estou? E como vim aqui parar? Estava nestes pensamentos quando entrou uma senhora muito simpática: - Ai que bom! A menina já acordou, estávamos tão preocupados, teve muita febre. Agora sim, vai ficar boa!
Primavera perguntou: - Onde estou?
 A senhora: - Está na Ilha Branca, no palácio da caldeira! Vou avisar os Reis que já acordou.
Pelas suas vestes os pescadores, que a encontraram na praia, souberam logo que aquela rapariga era de origem nobre e correram a avisar o rei. Este apressadamente mandou que a levassem para o palácio e que tratassem muito bem dela. Assim foi.
A rainha, quando foi informada das melhoras de Primavera, foi logo vê-la.
Primavera contou como tudo tinha acontecido e quem era. A rainha prometeu que iria avisar os pais, para comunicar onde ela  estava  e que se encontrava bem.
O tempo foi passado, a princesa foi descobrindo como viviam aquelas gentes, os seus costumes e tradições. Participava nas festas com entusiasmo, estava encantada por ter ido parar a aquele pequeno paraíso.
 Um dia chegou uma mensagem, os pais estavam a caminho, para ir buscá-la.
Por esses dias, Primavera tinha ganho o hábito de passear, todos os dias, ao fim da tarde, pelos jardins do palácio. Numa dessas tardes, estava sentada junto a um pequeno lago, quando, vê um pequeno sapo, perto das suas pernas. O que a surpreendeu foi, o sapo usar botas.
- Não devo estar a ver bem! E continuou a olhar.
O sapo disse: - Olá!
Primavera deu um grito: AIIIIIIIIIIIIIIIIII! Um sapo que fala! Isto não pode ser! Os sapos não falam!
Sapo: - É verdade, mas eu não sou um sapo, sapo! Sou um príncipe! Que por ser vaidoso e egoísta, uma fada deu-me este castigo, transformou-me  em sapo, para aprender a ser humilde e generoso. Já chorei muito e aprendi a lição.
Primavera: E agora como podes voltar a ser humano?
Sapo: - Voltarei a ser como era, quando alguém gostar de mim, de verdade.
 A partir desse dia, todas as tardes, a princesa encontrava-se junto ao lago com o seu amigo sapo e passavam horas a conversar.
Uma tarde, Primavera sentou-se no lugar de sempre, mas estava muito triste, chegará a hora de partir. Os seus pais já tinham chegado, teria que voltar a casa e casar, com um príncipe que não conhecia. Voltar para ser infeliz. A princesa começou a chorar.
O sapo chegou e perguntou: O que tens minha querida princesa?
Primavera contou tudo, ao seu grande amigo, as horas passaram, muito depressa, chegou o momento da despedida, Primavera começou a soluçar! O sapinho também chorava, pois nunca mais poderia ver a sua linda e amada princesa.
Uma lágrima caiu na cabeça do sapinho com botas.
 À sua volta apareceu um nevoeiro intenso e o sapinho pouco a pouco começou a transformar-se em humano.
Quando o nevoeiro desapareceu Primavera estava espantada, tinha à sua frente um lindo príncipe.
 O seu querido sapinho, era agora um jovem, lindo, ao qual amava profundamente.
 Abraçaram-se e foram a correr para o palácio.
Os Reis ficaram felizes, pois o sapinho era o seu querido filho. Os pais de Primavera não sabiam o que dizer, estavam perplexos.
Os dois apaixonados estavam tão felizes, e logo os respetivos pais resolveram que estes deveriam ficar para sempre juntos.
Passados uns meses, Primavera e o príncipe com botas casaram e viveram na sua Ilha Branca para sempre.



Susana Cameselle

quarta-feira, 28 de março de 2012

Negamos para viver

 Negamos para viver.
Muitas vezes nos enganamos, tentamos fazer o nosso caminho e guardamos num cantinho o maior dos sentimentos.
 É impossível, pensamos, os caminhos não se tornarão a cruzar. 
A vida corre, encontras outras paixões, queres sentir igual ao que está lá escondido.
Mas nunca é igual! Gritamos por dentro!E sempre aquela sensação de incompleto, vazio e solidão....
 Claro dizem os entendidos, cada amor é diferente.
 Aceitamos as explicações, seguimos em frente.
Quando estamos sós, refletimos, olhamos no fundo das nossas entranhas e sabemos que amaremos aquele ser eternamente, em silêncio, vivendo momentos fugazes de felicidade, para enganar a verdade.
Mais ninguém se lembra, só tu! E guardas como um tesouro esse sentimento, tão puro, que muitos banalizam ao utilizar a palavra amor.

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